segunda-feira, 12 de outubro de 2009

UMA ALTO ARAGUAIA SEM O RIO ARAGUAIA?


A humanidade sempre utilizou os recursos naturais para sua sobrevivência. As caças, os frutos das matas, troncos e raízes serviram de alimento, as cavernas de abrigo e o sol de bússola para nortear nas viagens nômades, e a água, ah, esta sim, sempre servia para manter qualquer comunidade primitiva. Por onde as comunidades primitivas parassem tempos, havia um rio por perto. A resposta a isso é bem simples: a água é fonte de vida. Sem ela a biota (biodiversidade) morre. A água serve para hidratar a fauna e a flora, e também é o agente principal, na dinâmica hídrica, por manter as precipitações regulares para cada região.

Há um mito que sempre acompanhou a humanidade, e ainda hoje, em um mundo tão evoluído, alguns destes mitos ainda são tidos como verdadeiros. Um deles é que os recursos hídricos de nosso planeta são eternos. Dados dão conta que de toda água existente na Terra (1.380.000 km³), 97,3% é água salgada e apenas 2,7% água doce. Da água doce disponível na terra (37.000 km³), 77,20% se encontra em forma de gelo nas calotas polares (28.564 km³), 22,40% se trata de água subterrânea (8.288 Km³), 0,35% se encontra nos lagos e pântanos (128 km³), 0,04 % se encontra na atmosfera (16 Km³) e apenas 0,01% da água doce está nos rios (4 km³). A disponibilidade renovável de água doce nos continentes pode ser estimada em porcentagens conforme segue: África: 10,00 %; América do Norte: 18,00 %; América do Sul: 23,10 %; Asia: 31,60 %; Europa: 7,00 %; Oceania: 5,30 %; Antártida: 5,00 %. O Brasil é o maior privilegiado em recursos hídricos, pois concentra em torno de 12% da água doce do mundo disponível em rios, e abriga o maior rio em extensão e volume do Planeta, o Amazonas. Além disso, mais de 90% do território brasileiro recebe chuvas abundantes durante o ano e as condições climáticas e geológicas propiciam a formação de uma extensa e densa rede de rios. MAS ISSO PODE ACABAR UM DIA!

Toda esta riqueza começa com um pequeno e singelo ponto de surgência de água, a conhecida fonte ou “olho” d’água. Infelizmente o que temos visto é alarmante. A destruição das matas, grandes rebanhos bovinos compactando os solos e gerando enormes bolhas de CO2 na atmosfera com suas fezes, e contaminando os corpos hídricos, ocasionando, dentre outros agravamentos, a eutrofização com Fósforo (P) e Nitrogênio (N) provenientes das fezes e da urina. Outro fator de agravamento dos recursos hídricos são as lavouras que são plantadas com muita proximidade dos rios e lagos, desrespeitando as leis de mata ciliar.

Alto Araguaia, nossa casa, tem o privilégio de ter nascido às margens do rio mais importante da região Centro-Oeste, o Rio Araguaia. Com suas nascentes do rio Araguaia estão nas grotas da Serra dos Caiapós e nas várzeas da região do Parque Nacional das Emas. Este glorioso Rio que passa calmamente por nossa cidade e alcança 2 km de largura no estado do Pará pede socorro. Não precisamos ser especialista para ver que a Mata Ciliar quase não existe, que a falta de conhecimento do Código Florestal Brasileiro tem gerado ações que estão provocando assoreamento, poluição, diminuição do oxigênio (OD) nas águas e consequentemente, a morte lenta do nosso rio.

Precisamos nos conscientizar que cada lixo deixado nas margens ou na natureza, acabará dentro do rio contaminando-o, que cada planta tirada das margens, que cada árvore cortada causará erosão e assoreamento, e principalmente, o derramamento de esgoto doméstico e/ou industrial lançado, sem tratamento, no Rio Araguaia levará nosso rio à morte.

O Rio Araguaia vivo é importante para continuarmos a viver. Ele nos promove alimentação, sedentação, lazer, admiração e até mesmo nosso orgulho dos cidadãos araguaienses. Não permita que matem esse rio.

Por Alexandre F. Pevidor
Tecnólogo em Gestão Ambiental
Especialização em Florestas em Ambientes Fluviais
Mestrando (Stricto Sensu) em Engenharia Florestal (UFPR)
Pós-Graduando (Lato Sensu) em Economia e Meio Ambiente (UFPR)

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

AQUECIMENTO GLOBAL


Aquecimento global vai além de previsão pessimista, diz ONU

Secas da Austrália ao sudoeste americano, águas mais ácidas nos oceanos e geleiras derretendo-se são sinais de que o ritmo da mudança climática está superando até mesmo os cenários mais pessimistas traçados há alguns anos por cientistas, diz um relatório das Nações Unidas divulgado nesta quinta-feira (24).Glaciares das montanhas da Ásia derretem-se a uma taxa que poderá vir a ameaçar o suprimento de água, irrigação e energia hidrelétrica para até 25% da população mundial, disse o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma)."Estamos nos dirigindo para mudanças muito graves em nosso planeta, e precisamos nos conscientizar da seriedade disso, para apoiarmos as medidas que precisam ser adotadas", disse o diretor-executivo do Pnuma, Achim Steiner.O Compêndio de Ciência da Mudança Climática 2009 avalia 400 estudos científicos publicados em periódicos com revisão pelos pares ou por instituições de pesquisa desde a publicação do mais recente relatório do Painel Intergovernamental para a Mudança Climática (IPCC) em 2007.Líderes mundiais como o presidente chinês Hu Jintao e o americano, Barack Obama, discursaram em uma conferência sobre mudança climática realizada na ONU no início da semana. Cerca de 190 países tentam chegar a um acordo sobre o combate ao fenômeno. Um novo tratado internacional deve ser assinado em Copenhague em dezembro.O aumento nas concentrações de gases causadores do efeito estufa elevou a preocupação dos cientistas de que um aumento nas temperaturas globais de 1,4º C a 4,3º C, acima dos níveis pré-industriais, é provável, diz o relatório.Isto está acima da faixa de 1º C a 3º C que muitos pesquisadores veem como o nível capaz de levar ao derretimento total do Oceano Ártico no verão, e ao desaparecimento das geleiras do Himalaia e da Groenlândia.Além disso, o aumento na absorção do dióxido de carbono pelos oceanos está levando a uma acidificação dos mares mais veloz que o esperado. Por exemplo, águas capazes de corroer substâncias nas conchas de animais marinhos "já aparecem ao longo da costa californiana, décadas antes da previsão dos modelos existentes", disse o relatório.A acidificação dos oceanos poderia ameaçar os animais marinhos que têm conchas e os recifes de coral, que por sua vez têm um importante papel ecológico para várias outras espécies.


(Fonte: Estadão Online)Fonte: http://noticias.ambientebrasil.com.br/noticia/?id=48498
Igor Pereira Barabach