terça-feira, 29 de dezembro de 2009

DESPERDÍCIO DE ÁGUA


Desperdício é a principal ameaça ao abastecimento de água no Brasil.
Nem as secas no Nordeste, nem a utilização desenfreada dos lençóis freáticos. As águas que se perdem nos encanamentos, evaporam durante as irrigações e não são tratadas depois de poluídas formam um conjunto que representa a maior ameaça ao abastecimento dos brasileiros. Segundo a Agência Nacional de Águas (ANA), 40% da água retirada no país é desperdiçada. Os próprios números comprovam o tamanho do problema. De acordo com a ANA, são retirados dos rios e do subsolo no Brasil 840 mil litros de água a cada segundo. Ao dividir esse número pela população de 188,7 milhões de brasileiros, chega-se à conclusão de que cada habitante consumiria, em média, 384 litros por dia.
Quando se leva em conta o consumo efetivo, no entanto, o valor é bem menor. Segundo o Relatório de Desenvolvimento Humano 2006, divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), o gasto médio diário do brasileiro cai para 185 litros. Parte da diferença (199 litros) foi utilizada na agricultura, na pecuária, na indústria, mas a maior parte, em torno de 150 litros, foi desperdiçada.
O coordenador-geral de Assessorias da ANA, Antônio Félix Domingues, afirma que as perdas de água se concentram na produção de alimentos. “Somente na irrigação, o desperdício chega a 50%”, ressalta. Ele explica que o problema é provocado porque a maior parte dos produtores rurais utiliza a pulverização aérea, no qual boa parte da água é carregada pelo vento ou evapora, em vez de recorrer ao sistema de gotejamento, que despeja gotas diretamente na raiz nas plantas.
Outra fonte de desperdício, segundo Félix, está nas cidades. Segundo ele, redes malconservadas são responsáveis por perdas de 40% na distribuição de água. “De cada cem litros que as companhias captam, somente 60, em média, chegam à casa das pessoas”, reclama. De acordo com o coordenador da ANA, o ideal seriam perdas em torno de 20%, padrão aceito internacionalmente.
Em alguns casos, salienta Félix, o problema é ainda mais grave. “Existem cidades em que o desperdício chega a 80% porque as companhias desrespeitam as normas técnicas”, diz, evitando dar nomes. Coordenador do Programa Água para a Vida da organização não-governamental WWF–Brasil, o geógrafo Samuel Barreto alerta para outro perigo, o consumo invisível de água. “A água é um importante insumo para praticamente toda a produção econômica, principalmente para a agricultura”, ressalta.
Os próprios dados da ANA confirmam que a agricultura é responsável pela maior parte do consumo de água. Dos 840 mil litros retirados dos mananciais brasileiros por segundo, 69% vão para a irrigação, contra 11% para o consumo urbano, 11% para o consumo animal, 7% utilizados pelas indústrias e 2% pela população rural.
Segundo o relatório do Pnud, são necessários 3,5 mil litros de água, em média, para produzir alimentos que forneçam um mínimo de 3 mil calorias. Isso equivale a 70 vezes a necessidade de uma família de quatro pessoas. Alguns alimentos exigem mais água que outros. De acordo com o estudo, uma tonelada de açúcar consome oito vezes mais água do que a produção de a mesma quantidade de trigo. “A produção de um simples hambúrguer consome cerca de 11 mil litros de água – mais ou menos a mesma quantidade disponível para cada 500 habitantes de bairros urbanos degradados que não possuem água canalizada em casa”, compara o texto.
Félix afirma que a agência leva em conta o “consumo virtual” da água na hora de definir as políticas para os recursos hídricos. “Desde a queda que faz girar a turbina de uma usina hidrelétrica até a utilização de um rio para a navegação, todos os tipos de uso são importantes”, observa o coordenador da ANA. “A gente tem de administrar esses usos da água, sem deixar um superar o outro.”

(Fonte: Wellton Máximo / Agência Brasil)

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

UMA ALTO ARAGUAIA SEM O RIO ARAGUAIA?


A humanidade sempre utilizou os recursos naturais para sua sobrevivência. As caças, os frutos das matas, troncos e raízes serviram de alimento, as cavernas de abrigo e o sol de bússola para nortear nas viagens nômades, e a água, ah, esta sim, sempre servia para manter qualquer comunidade primitiva. Por onde as comunidades primitivas parassem tempos, havia um rio por perto. A resposta a isso é bem simples: a água é fonte de vida. Sem ela a biota (biodiversidade) morre. A água serve para hidratar a fauna e a flora, e também é o agente principal, na dinâmica hídrica, por manter as precipitações regulares para cada região.

Há um mito que sempre acompanhou a humanidade, e ainda hoje, em um mundo tão evoluído, alguns destes mitos ainda são tidos como verdadeiros. Um deles é que os recursos hídricos de nosso planeta são eternos. Dados dão conta que de toda água existente na Terra (1.380.000 km³), 97,3% é água salgada e apenas 2,7% água doce. Da água doce disponível na terra (37.000 km³), 77,20% se encontra em forma de gelo nas calotas polares (28.564 km³), 22,40% se trata de água subterrânea (8.288 Km³), 0,35% se encontra nos lagos e pântanos (128 km³), 0,04 % se encontra na atmosfera (16 Km³) e apenas 0,01% da água doce está nos rios (4 km³). A disponibilidade renovável de água doce nos continentes pode ser estimada em porcentagens conforme segue: África: 10,00 %; América do Norte: 18,00 %; América do Sul: 23,10 %; Asia: 31,60 %; Europa: 7,00 %; Oceania: 5,30 %; Antártida: 5,00 %. O Brasil é o maior privilegiado em recursos hídricos, pois concentra em torno de 12% da água doce do mundo disponível em rios, e abriga o maior rio em extensão e volume do Planeta, o Amazonas. Além disso, mais de 90% do território brasileiro recebe chuvas abundantes durante o ano e as condições climáticas e geológicas propiciam a formação de uma extensa e densa rede de rios. MAS ISSO PODE ACABAR UM DIA!

Toda esta riqueza começa com um pequeno e singelo ponto de surgência de água, a conhecida fonte ou “olho” d’água. Infelizmente o que temos visto é alarmante. A destruição das matas, grandes rebanhos bovinos compactando os solos e gerando enormes bolhas de CO2 na atmosfera com suas fezes, e contaminando os corpos hídricos, ocasionando, dentre outros agravamentos, a eutrofização com Fósforo (P) e Nitrogênio (N) provenientes das fezes e da urina. Outro fator de agravamento dos recursos hídricos são as lavouras que são plantadas com muita proximidade dos rios e lagos, desrespeitando as leis de mata ciliar.

Alto Araguaia, nossa casa, tem o privilégio de ter nascido às margens do rio mais importante da região Centro-Oeste, o Rio Araguaia. Com suas nascentes do rio Araguaia estão nas grotas da Serra dos Caiapós e nas várzeas da região do Parque Nacional das Emas. Este glorioso Rio que passa calmamente por nossa cidade e alcança 2 km de largura no estado do Pará pede socorro. Não precisamos ser especialista para ver que a Mata Ciliar quase não existe, que a falta de conhecimento do Código Florestal Brasileiro tem gerado ações que estão provocando assoreamento, poluição, diminuição do oxigênio (OD) nas águas e consequentemente, a morte lenta do nosso rio.

Precisamos nos conscientizar que cada lixo deixado nas margens ou na natureza, acabará dentro do rio contaminando-o, que cada planta tirada das margens, que cada árvore cortada causará erosão e assoreamento, e principalmente, o derramamento de esgoto doméstico e/ou industrial lançado, sem tratamento, no Rio Araguaia levará nosso rio à morte.

O Rio Araguaia vivo é importante para continuarmos a viver. Ele nos promove alimentação, sedentação, lazer, admiração e até mesmo nosso orgulho dos cidadãos araguaienses. Não permita que matem esse rio.

Por Alexandre F. Pevidor
Tecnólogo em Gestão Ambiental
Especialização em Florestas em Ambientes Fluviais
Mestrando (Stricto Sensu) em Engenharia Florestal (UFPR)
Pós-Graduando (Lato Sensu) em Economia e Meio Ambiente (UFPR)

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

AQUECIMENTO GLOBAL


Aquecimento global vai além de previsão pessimista, diz ONU

Secas da Austrália ao sudoeste americano, águas mais ácidas nos oceanos e geleiras derretendo-se são sinais de que o ritmo da mudança climática está superando até mesmo os cenários mais pessimistas traçados há alguns anos por cientistas, diz um relatório das Nações Unidas divulgado nesta quinta-feira (24).Glaciares das montanhas da Ásia derretem-se a uma taxa que poderá vir a ameaçar o suprimento de água, irrigação e energia hidrelétrica para até 25% da população mundial, disse o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma)."Estamos nos dirigindo para mudanças muito graves em nosso planeta, e precisamos nos conscientizar da seriedade disso, para apoiarmos as medidas que precisam ser adotadas", disse o diretor-executivo do Pnuma, Achim Steiner.O Compêndio de Ciência da Mudança Climática 2009 avalia 400 estudos científicos publicados em periódicos com revisão pelos pares ou por instituições de pesquisa desde a publicação do mais recente relatório do Painel Intergovernamental para a Mudança Climática (IPCC) em 2007.Líderes mundiais como o presidente chinês Hu Jintao e o americano, Barack Obama, discursaram em uma conferência sobre mudança climática realizada na ONU no início da semana. Cerca de 190 países tentam chegar a um acordo sobre o combate ao fenômeno. Um novo tratado internacional deve ser assinado em Copenhague em dezembro.O aumento nas concentrações de gases causadores do efeito estufa elevou a preocupação dos cientistas de que um aumento nas temperaturas globais de 1,4º C a 4,3º C, acima dos níveis pré-industriais, é provável, diz o relatório.Isto está acima da faixa de 1º C a 3º C que muitos pesquisadores veem como o nível capaz de levar ao derretimento total do Oceano Ártico no verão, e ao desaparecimento das geleiras do Himalaia e da Groenlândia.Além disso, o aumento na absorção do dióxido de carbono pelos oceanos está levando a uma acidificação dos mares mais veloz que o esperado. Por exemplo, águas capazes de corroer substâncias nas conchas de animais marinhos "já aparecem ao longo da costa californiana, décadas antes da previsão dos modelos existentes", disse o relatório.A acidificação dos oceanos poderia ameaçar os animais marinhos que têm conchas e os recifes de coral, que por sua vez têm um importante papel ecológico para várias outras espécies.


(Fonte: Estadão Online)Fonte: http://noticias.ambientebrasil.com.br/noticia/?id=48498
Igor Pereira Barabach


sábado, 26 de setembro de 2009

PRODUÇÃO LEITEIRA ECONÔMICA E AMBIENTALMENTE SUSTENTÁVEL



O Brasil é um grande produtor e consumidor leiteiro. A demanda nacional e de exportação exige cada vez maiores produções de leite, o que, consequentemente acarreta em necessidades de uma maior área aberta para produção de pastagens e criação de bovinos. No século passado, o Brasil iniciou uma demanda pelas regiões nativas e de matas preservadas para a produção de alimentos, formando, em terras nativas, extensas áreas de pastagens, colidindo com um acréscimo na população bovina considerável, e provocando um grande desequilíbrio natural nestas regiões. Hoje, o Brasil possui mais de 200 milhões de hectares ocupados por pastagens, e estimativas recentes, indicam que mais de 50% das áreas sob pastagens se encontram em processo de degradação[1].

O objetivo deste artigo é analisar de que forma a produção leiteira não ambientalmente sustentável no Brasil tem contribuído para os complicadores ambientais, e apresentar um sistema que possa ser sustentável do ponto de vista econômico e ambiental.

O processo de produção pastoril brasileiro, não ambientalmente sustentável, tem acarretado enormes distúrbios sócio-ambientais, gerando desmatamento de enormes áreas naturais para ceder lugar às pastagens, espécies nativas cedendo lugar a bovinos, e tudo isso contribuindo com grandes distúrbios climáticos, pedológicos e hidrológicos.

Os sistemas silvipastoris têm alcançado grande audiência nos estudos de minimização de impactos ambientais na criação de bovinos, seja para corte, seja para produção de leite. Segundo Vanderley Porfírio-da-Silva (2004), da Embrapa Florestas, “os SSPs apresentam grande potencial de benefícios econômicos e ambientais para os produtores e para a sociedade, a criação de animais com árvores dispersas na pastagem, árvores em divisas e em barreiras de quebra-ventos, podem reduzir a erosão, melhorar a conservação da água, reduzir a necessidade de fertilizantes minerais, capturar e fixar carbono, diversificar a produção, aumentar a renda e a biodiversidade, melhorar o conforto dos animais
[2].

A introdução de animais em florestas de produção é prática utilizada por empresas florestais, em muitos países do mundo, com regimes de manejo específicos
[3], e tem promovido um desenvolvimento econômico e ambiental, ao mesmo tempo em que promove a manutenção ambiental da área de produção.

O Sistema Silvipastoril

Os maiores produtores investem em grandes tecnologias para melhoramento da genética das vacas, da produção de um produto cada vez mais competitivo, e na outra ponta desta escala encontramos os produtores familiares, de pequenas propriedades e rebanho, com suas limitações e produções reduzidas. Contudo, a heterogeneidade do processo produtivo é marcante entre a grande maioria dos produtores.

Quando pensamos em produção de leite, uma característica que aproxima grandes e pequenos produtores é a pouca preocupação com as questões ambientais. Grandes áreas de matas têm sido devastadas, sobretudo nas regiões Centro-Oeste e Norte, para abrigarem extensas áreas de pastagens para bovinos, o que não exclui as regiões leiteiras brasileiras que já devastaram a maior parte das suas matas para cederem espaço aos bovinos, como no caso das regiões Sudeste e Sul.

Um sistema de produção de leite não sustentável causa inúmeros problemas ambientais, sejam pedológicos, com a compactação dos solos, derrubada das florestas provocando o empobrecimento do solo devido a falta de matéria orgânica (
areias, argilas, óxidos e húmus), erosão e até mesmo voçorocas; hidrológicos com a contaminação dos corpos hídricos pela a percolação de altas cargas de Fósforo (P) e Nitrogênio (N) ocasionando a eutrofização destes sistemas hídricos, e pela falta de mata ciliar o solo é transportado para para as partes mais baixas dos relevos e em geral vão assorear cursos d'água; e atmosféricos devido à alta emissão de CH4 causada pelos gases emitidos pelos ruminantes. Segundo dados da Conpet[4] (Programa Nacional da Racionalização do Uso dos Derivados do Petróleo e do Gás Natural) os bovinos são os maiores responsáveis pela emissão deste gás para a atmosfera, contribuindo consideravelmente para a destruição da camada de ozônio, pois, segundo eles, o CH4 tem um poder de aquecimento 21 vezes maior que o do CO2.

Quando observamos os impactos causados ao meio ambiente, por ocasião da implantação das agroindústrias leiteiras e de corte, os maiores impactos são gerados pela derrubada das matas para darem lugar ao plantio de pastagens. Quando ocorre esta devastação, não somente impacta as árvores e florestas em geral, mas compromete toda uma comunidade biótica natural daquele espaço de terra, provocando grande emissão de CO2. Segundo o portal da Ambiente Brasil “o fogo é normalmente empregado para fins diversos na agropecuária, na renovação de áreas de pastagem
[5]”. “Através das queimadas, são produzidas espécies químicas, tais como monóxido de carbono (CO), óxidos nitrosos (NOx,), hidrocarbonetos, e partículas de aerossóis (Andreae, 1991), os quais são incorporados à atmosfera, sendo a ela misturados e transportados[6]”.

Dentro do processo produtivo leiteiro podemos observar que algumas fases deste processo podem se tornar sustentável e economicamente satisfatório tanto para o produtor quanto para o meio ambiente. Um destes sistemas que já tem sido oferecido como alternativa econômica e ambiental é o sistema silvipastoril, que tem como filosofia principal a diversificação de culturas, com inúmeros sistemas diferentes convivendo em um mesmo espaço. Mistura a produção agrícola e silvipastoril a elementos arbóreos, o que proporciona o equilíbrio ecológico e uma série de benefícios para o agricultor e para o meio ambiente
[7].

Este sistema silvipastoril permite uma interação entre a ação antrópica e a biota original, proporcionando um impacto muito reduzido diante dos sistemas normalmente utilizados de derrubada total da floresta em ambientes a serem designados para o plantio de pastos para sustento de animais leiteiros. Este sistema permite uma grande diversificação de culturas e, de certa forma, a interação entre cada uma delas devido à convivência no mesmo espaço. A mistura de sistemas arbóreos, especialmente os nativos, ou até mesmo a floresta plantada proporciona um grande equilíbrio ecológico, gerando vários benefícios tanto para o produtor quanto para o meio ambiente.

Segundo o INCAPER (Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural) “O Sistema Agroflorestal configura-se também em um sistema auto-sustentável, que dispensa o uso intenso de insumos químicos. Isso porque as árvores, além de aumentarem a retenção de água no solo, disponibilizam, por meio das folhas que caem, nutrientes para o solo, que são absorvidos pelas raízes das plantas. Além disso, a diversidade de culturas faz com que a produção seja menos suscetível a pragas e doenças
[8].”

No sistema silvipastoril as vantagens são grandes em vários aspectos econômicos e ambientais, dentre vários outros. Segundo a apresentação de um projeto intitulado Sistemas Silvipastoris, promovido pela Embrapa Gado de Leite, os benefícios deste sistema são muito viáveis, sobretudo, os fatores determinantes apresentados pelo estudo são:




  • “Conforto térmico para os animais. (Pires et al., 2007)

  • Conservação de solo e água. (Sanchez, 2001)

  • Melhoria propriedades químicas do solo. (Castro et al., 2007)

  • Aumento da atividade microbiana do solo. (Rangel, 2005)

  • Melhoria valor nutricional da forragem. (Paciullo et al., 2007)

  • Maior retenção de carbono. (Tsukamoto Filho et al., 2004)[9]


Estes estudos têm comprovado a eficácia de um manejo bem feito, aliando a criação de gado por meio de sistemas de florestas, o que minimiza em grande escala a derrubada de florestas para plantio de pastagens.

À medida que mantemos a floresta, aliando seus recursos à criação de gado leiteiro, os valores empregados no combate de pragas serão minimizados, pois como vimos este sistema dispensa boa parte do uso intenso de insumos químicos; os problemas com os solos, a perda de recursos hídricos e os investimentos com a recuperação de áreas degradadas serão sensivelmente minimizados, promovendo uma maior economia dos recursos financeiros de quem os aplica.

Ambientalmente, este sistema provoca uma interação entre a ação antrópica e os recursos naturais existentes na região. Uma vez aplicada o sistema silvipastoril, os recursos naturais se manterão em seu estado original, promovendo a conservação e as propriedades do solo, das águas, e contribuindo para que a biota original seja mantida.

Diante desta breve análise, podemos concluir que o sistema silvipastoril trata-se de uma proposta econômica e ambientalmente sustentável, gerando renda e promovendo o meio ambiente.

Referências Bibliográficas

[1] http://www.cnpab.embrapa.br/publicacoes/artigos/artigo_pastagens_produtivas.html
[2] http://www.cnpf.embrapa.br/pesquisa/safs/index.htm
[3] Análise de um Sistema Silvipastoril com Pinus Elliottii e Gado de Corte. Amilton J. Baggio, Henrique G. Schreiner
[4] http://www.conpet.gov.br/noticias/noticia.php?segmento=&id_noticia=1115
[5]http://www.ambientebrasil.com.br/composer.php3?base=./florestal/index.html&conteudo=./florestal/artigos/queimada.html
[6] Andreae, M. O., Biomass burning: Its history, use and distribution and its impact on environmental quality and global climate, in Global Biomass Burning: Atmospheric, Climatic and Biospheric Implications, editado por J. S. Levine, pp. 3-21, MIT Press, Cambridge, Mass., 1991 – Emissões de Queimadas em Ecossistemas da América do Sul. Saulo R. Freitas, Karla M. Longo, M. A. F. Silva Dias e P. L. Silva Dias
[7] www.incaper.es.gov.br
[8] Ibid Incaper
[9] Sistemas Silvipastoris. Domingos Sávio C. Paciullo, Carlos Renato Tavares, Pedro Braga Arcuri. Embrapa Gado de Leite.


por Alexandre F. Pevidor

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

ECOEFICIÊNCIA E O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Segundo Almeida (2002) pode-se considerar a ecoeficiência uma filosofia de gestão das organizações. Ela tem como objetivo estimular empresas de todos os setores e tamanho a se transformarem e ganharem novas aptidões em relação ao meio ambiente, mantendo uma harmonia entre o desempenho econômico e ambiental.

A ecoeficiência possibilita a produção em conformidade com os requisitos ambientais e com identificação de oportunidades de economia na modificação de processos, enquanto a conformidade normativa possibilita, apenas, o atendimento a requisitos ambientais estabelecidos em normas técnicas (de gestão e de processos), com eventuais certificações.

Pode-se entender que o objetivo principal da ecoeficiência é maximizar o valor, enquanto minimiza os impactos ambientais adversos, minimizando a utilização de recursos e minimizando as conseqüências ambientais negativas provenientes das emissões (LERIPIO, 2001).

Desta forma, entende-se como ecoeficiência, as atividades e a dedicação que uma organização desenvolve para otimizar os processos com a redução na fonte da utilização dos recursos naturais, tendo como finalidade restringir o impacto ambiental, resultando em benefícios ecológicos e também econômicos (ALMEIDA, 2005).

Os autores DeSimone e Popoff (1997, apud KRAEMER, 2002) expõem sete elementos do processo produtivo ecoeficiente: reduzir o consumo de materiais e energia com bens e serviços; reduzir a emissão de substâncias tóxicas; intensificar a reciclagem de materiais; maximizar o uso sustentável de recursos renováveis; prolongar a durabilidade dos produtos; e agregar valor aos bens e serviços. Com a redução do consumo de produtos naturais, o equilíbrio pode existir e minimizar os impactos na produção de bens e serviços.

XXV Encontro Nac. de Eng. de Produção – Porto Alegre, RS, Brasil, 29 out a 01 de nov de 2005
ENEGEP 2005 ABEPRO 5082

Esta melhoria na relação com o meio ambiente é capaz de beneficiar a produtividade dos recursos utilizados na organização. Porter (1999) destaca benefícios tanto para o processo quanto no produto. Os benefícios para o processo são: economias de materiais, resultantes do processamento mais completo, da substituição, da reutilização ou da reciclagem dos insumos de produção; aumento nos rendimentos do processo; menos paralisações, através do maior cuidado na monitoração e na manutenção; melhor utilização dos subprodutos; conversão dos desperdícios em forma de valor; menor consumo de energia durante o processo de produção; redução dos custos de armazenagem e manuseio de materiais; economia em razão de um ambiente de trabalho mais seguro; eliminação ou redução do custo das atividades envolvidas nas descargas ou no manuseio, transporte e descarte de resíduos; e melhoria no produto como resultado indireto das mudanças nos processos (como melhoria nos controles dos processos).

Os benefícios para o produto são: produtos com melhor qualidade e mais uniformidade; redução dos custos do produto (por exemplo, com a substituição de materiais); redução nos custos de embalagem; utilização mais eficiente dos recursos pelos produtos; aumento da segurança dos produtos; redução do custo líquido do descarte do produto pelo cliente; e maior valor de revenda e de sucata do produto. A utilização dos elementos segundo os autores DeSimone e Popoff são os benefícios colhidos pelas organizações com a implantação de um SGA apontados por Porter é o resultado da ecoeficiência, e proporciona ainda maior competitividade para as empresas.

De acordo com Kraemer (2002, p. 58) “pode-se dizer que a ecoeficiência objetiva maximizar o valor dos bens e serviços, ao mesmo tempo em que minimiza os impactos ambientais adversos, a utilização dos recursos e as conseqüências ambientais negativas provenientes de deposições e emissões”. Desta forma, observa-se uma maior harmonia entre as empresas e os ecossistemas naturais.
por
Marilize Petkow
Vera Luci Almeida