sexta-feira, 25 de setembro de 2009

ECOEFICIÊNCIA E O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Segundo Almeida (2002) pode-se considerar a ecoeficiência uma filosofia de gestão das organizações. Ela tem como objetivo estimular empresas de todos os setores e tamanho a se transformarem e ganharem novas aptidões em relação ao meio ambiente, mantendo uma harmonia entre o desempenho econômico e ambiental.

A ecoeficiência possibilita a produção em conformidade com os requisitos ambientais e com identificação de oportunidades de economia na modificação de processos, enquanto a conformidade normativa possibilita, apenas, o atendimento a requisitos ambientais estabelecidos em normas técnicas (de gestão e de processos), com eventuais certificações.

Pode-se entender que o objetivo principal da ecoeficiência é maximizar o valor, enquanto minimiza os impactos ambientais adversos, minimizando a utilização de recursos e minimizando as conseqüências ambientais negativas provenientes das emissões (LERIPIO, 2001).

Desta forma, entende-se como ecoeficiência, as atividades e a dedicação que uma organização desenvolve para otimizar os processos com a redução na fonte da utilização dos recursos naturais, tendo como finalidade restringir o impacto ambiental, resultando em benefícios ecológicos e também econômicos (ALMEIDA, 2005).

Os autores DeSimone e Popoff (1997, apud KRAEMER, 2002) expõem sete elementos do processo produtivo ecoeficiente: reduzir o consumo de materiais e energia com bens e serviços; reduzir a emissão de substâncias tóxicas; intensificar a reciclagem de materiais; maximizar o uso sustentável de recursos renováveis; prolongar a durabilidade dos produtos; e agregar valor aos bens e serviços. Com a redução do consumo de produtos naturais, o equilíbrio pode existir e minimizar os impactos na produção de bens e serviços.

XXV Encontro Nac. de Eng. de Produção – Porto Alegre, RS, Brasil, 29 out a 01 de nov de 2005
ENEGEP 2005 ABEPRO 5082

Esta melhoria na relação com o meio ambiente é capaz de beneficiar a produtividade dos recursos utilizados na organização. Porter (1999) destaca benefícios tanto para o processo quanto no produto. Os benefícios para o processo são: economias de materiais, resultantes do processamento mais completo, da substituição, da reutilização ou da reciclagem dos insumos de produção; aumento nos rendimentos do processo; menos paralisações, através do maior cuidado na monitoração e na manutenção; melhor utilização dos subprodutos; conversão dos desperdícios em forma de valor; menor consumo de energia durante o processo de produção; redução dos custos de armazenagem e manuseio de materiais; economia em razão de um ambiente de trabalho mais seguro; eliminação ou redução do custo das atividades envolvidas nas descargas ou no manuseio, transporte e descarte de resíduos; e melhoria no produto como resultado indireto das mudanças nos processos (como melhoria nos controles dos processos).

Os benefícios para o produto são: produtos com melhor qualidade e mais uniformidade; redução dos custos do produto (por exemplo, com a substituição de materiais); redução nos custos de embalagem; utilização mais eficiente dos recursos pelos produtos; aumento da segurança dos produtos; redução do custo líquido do descarte do produto pelo cliente; e maior valor de revenda e de sucata do produto. A utilização dos elementos segundo os autores DeSimone e Popoff são os benefícios colhidos pelas organizações com a implantação de um SGA apontados por Porter é o resultado da ecoeficiência, e proporciona ainda maior competitividade para as empresas.

De acordo com Kraemer (2002, p. 58) “pode-se dizer que a ecoeficiência objetiva maximizar o valor dos bens e serviços, ao mesmo tempo em que minimiza os impactos ambientais adversos, a utilização dos recursos e as conseqüências ambientais negativas provenientes de deposições e emissões”. Desta forma, observa-se uma maior harmonia entre as empresas e os ecossistemas naturais.
por
Marilize Petkow
Vera Luci Almeida

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